sábado, 24 de novembro de 2007

Constatação

Igor Felipe Perreira de Albuquerque, morava em Maceió, era um jovem como qualquer outro. Tinha sonhos, fazia planos, tinha sua vida, vivia sem pensar no futuro tão distante.

Porém, num momento de distração, foi abordado por um assaltante, reagiu, tentou fugir e foi baleado.

O tiro atingiu o crânio, levando-o ao falecimento instantâneo. Era um jovem de 21 anos que teve de seu corpo esvaziada a vida que o enchia por completo.

Esta notícia dificilmente terá visibilidade fora do local do acontecimento.

Em São Paulo isto seria olhado com desdém tremendo. Apenas mais um morto, após um assalto.

Coisa rotineira, morre gente todo dia, morte violenta, acidente, premeditado, culposo, doloso, doença, acaso, lugar errado, hora errada.

A maioria não é considerada merecedora de uma mísera frase no jornal. Muitos morrem, passam, se vão e nem vemos quem foi, quem era, o por que foi.

O triste é, as pessoas passam, morrem, muitas e nós nem conseguimos sentir a falta, a perda, a ida. O triste é morrer e nem ter uma lágrima caída. O triste é estar anestesiado frente a perda de uma vida.

domingo, 11 de novembro de 2007

Fechado para Balanço

Voltamos a nossa programação normal no feriado!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Uma verdade inconveniente

“Os fatos desmentem Veja. A história dela a desmente. A imparcialidade não é uma marca da revista, nem do jornalismo.” (JOSÉ, Emiliano. Imprensa e Poder, p.91)

Pertinente pra cacete! =P

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Onde estão as rédeas?

Hélio Lopes, reside no Rio de Janeiro. Sua carta à revista Época foi considerada a melhor da semana.

“Dou meu apoio ao governador Sérgio Cabral. Se o controle de natalidade pregado décadas atrás por Roberto Campos tivesse sido feito, hoje teríamos milhões de miseráveis a menos”

Hélio é mais um preguiçoso que culpa o povo pelos problemas. No pensamento dele, o problema são as pessoas, pessoas desnecessárias. O problema é gente.

Realmente, o problema é gente. Gente fascista, com um pensamento discriminatório, autoritário, criminoso. O problema é gente como este sr. Lopes.

No dia que as pessoas mirarem nas causas e não nas conseqüências num momento de enfrentar uma dificuldade, um problema, teremos alguma possibilidade de solução.

Mas enquanto houver Sérgios Cabral, Hélios Lopes e Reinaldos Azevedo, continuaremos a ser um país de carroças à frente dos bois...

domingo, 4 de novembro de 2007

E o aborto?

Tema polêmico, batido, cansativo, porém atual. Não apenas por ser o furdúncio do momento, nem por ter sido a merda do ventilador do atual governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, mas por ser algo apontado como solução.

Alguns movimentos feministas dizem que a ilegalidade, a proibição são uma forma de cerceamento, limitação de liberdade da mulher para com seu próprio por corpo.

Outros vêem o aborto como uma forma imediata de conter o inchaço populacional nas aéreas com menor desenvolvimento urbano, onde há pobreza e violência.

Como já debatido em um texto mais antigo, o aborto não é a solução para nenhum de nossos problemas, ele apenas combate a conseqüência, não age diretamente na causa.

Pessoalmente, considero a legalização completa do aborto uma idéia tão violenta e criminosa quanto à de esterilização em massa.

Que liberdade é esta onde não se preserva o direito de existir? Alguém só seria um individuo após sair do ventre? Feto é apenas um bolo de células na barriga de uma mulher?

Outro dia fui perguntado em quais casos achava aceitável o aborto. Disse que apenas em casos onde não haveria possibilidade de vida para o feto, que se colocasse em risco a vida da gestante e de estupro.

Foi-me colocado por pelo colega que não haveria diferença entre uma criança que nasce num lar desestruturado, numa família paupérrima onde não terá oportunidade e uma criança que nasça de um estupro.

Creio serem situações completamente diferentes. Alguém não irá ter valores, não poderá ser um bom cidadão só porque nasce em condições adversas? Então o individuo é apenas fruto do meio? Então, a ausência de possibilidades momentâneas da mãe justifica a morte dessa criança? Então, porque não matam também as crianças de rua, mendigos?

Por que não jogam uma bomba atômica na favela? Afinal, quem está lá não tem condições de vida, então você os mata para resolver o problema...

Creio que a tênue linha que destrói qualquer possibilidade de comparação – comparação que eu achei absurda – entre quem nasce em baixas condições sócio-econômicas a quem nasça de uma violência sexual. A mãe, no primeiro caso, teve a escolha.

A mãe pode superar o trauma, ter e criar o filho. Pode até ser uma boa mãe, mas apenas com forte apoio da sociedade. Mas é muito querer que uma mulher faça isto. É muito querer que uma mulher acorde todos os dias de sua vida e olhe para seu filho, fruto de uma violência que sofreu. Será um déjà vu diário.

Não é uma questão de se é o corpo da mãe, se a criança terá condições de ser um individuo sociável ou não, mas se a mãe teve a oportunidade de escolher ter a relação sexual ou não. Decidir fazê-lo é estar aberto as possibilidades que esta ato pode implicar.

Querer abortar uma criança tendo feito a escolha de ter a relação sexual é querer fugir das conseqüências de seus atos. É querer que outra pessoa pague pelos seus atos. É limpar suas mãos sujas por ter feito a escolha no momento errado com o sangue inocente. Sangue de seu próprio filho.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Superação

Na quarta-feira, dia 31 de outubro, o São Paulo Futebol Clube se sagrou cinco vezes campeão brasileiro. Penta, na língua do torcedor comum que pouco se importa com as regras do idioma.

Um Morumbi lotado coroou a campanha de uma equipe regular, com uma defesa segura, jogadores versáteis no meio-campo, um ataque que se superou.

Mas antes do início desta partida que culminou na definição do título Tricolor, a torcida do São Paulo proporcionou um momento mágico.

“Ole, ole, ole, ole, Telê, Telê!”


Um canto em homenagem ao mestre que deu ao São Paulo seus primordiais contornos de maior importância.

Logo após, entoou-se o nome de Muricy Ramalho. O técnico foi saudado pela torcida, como de costume, mas desta vez houve esse tempero de tê-lo sido logo após cantarem o nome do Mestre.

Muricy Ramalho começa a escrever seu nome na história do São Paulo, com um Bi-campeonato Brasileiro. O técnico sabe que no ano que vem sofrerá uma cobrança muito grande, sabe que o torcedor esperará no mínimo a disputa do título da Libertadores. “O torcedor do São Paulo é exigente” diz o técnico.

Muricy se superou. Assumiu o São Paulo, pela primeira vez, por causa dos problemas de saúde de Telê Santana, mas – segundo o próprio Muricy – não estava pronto para isto.

Muricy rodou o mundo, treinou uma série de clubes brasileiros – Internacional, Náutico, São Caetano, Portuguesa Santista –, e só voltou ao São Paulo quando se achava apto para voltar a sua terra e ser vencedor.

Esse título, mais que coroar um clube organizado no meio de amadores, coroa um profissional que se doa de corpo e alma em sua profissão. Alguém que se focou em estar onde está.

Então, nesta noite de comemoração, meu parabéns, antes de qualquer outro, vai para este cidadão de sobrenome Ramalho.