sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

Cuidado, cinto de segurança mata

Quando for passear com seus filhos, não os façam utilizar o cinto de segurança, você pode matá-los. Hoje, ser assaltado é lugar-comum. Comprar um 38 chega a ser tão fácil quanto a um dropes, então, cuidado, pois hoje um daqueles meninos, que lhe venderiam um Halls, poderia abordá-lo e levar o que de mais importante há.

Cuidado, pois dias de sol podem matar. Naqueles que o calor é insuportável e você tem que abrir os vidros do carro para não sufocar. Então, com os vidros abertos, ser assaltado é mero detalhe de qual semáforo você terá que parar.

Atenção, meu amigo, pois uma decisão errônea será decisiva ao seu apótema. Imagine ter que conviver com o fato de que seu filho foi obrigado a usar o cinto de segurança? Imagine toda vez que se lembrar do fatídico vir a mente a pesada culpa de tê-lo obrigado a travar o cinto ajustado ao corpo? Por segurança? Segurança que mata?

Dia 12, Márcia Monteiro foi assaltada e seu filho estava no banco de trás, como habitual. Por sorte, o garoto estava sem o cinto de segurança e livrou-se do infortúnio do mais cruel déjà vu que poderia acontecer em uma semana na ensolarada tarde do Rio de Janeiro.

Isaque é um garoto de sorte. Escapou de 7 km de via pública, de ter seu corpo arrastado, esfolado, esquartejado de forma covarde e cruel. Teve muita sorte, por não ser mais um Cristo vestido de boneco de Judas. Isaque teve sorte, pois poderia se chamar João. Mas teve mais sorte, por não ter usado o cinto.

Então, mamãe, da próxima vez que eu dizer que não quero usar o cinto, acredite que não é porque não gosto, mas porque tenho medo, pois não sei como me soltar do maldito cinto.

Sem comentários: