quarta-feira, 18 de julho de 2007

Tragédia pré-anunciada

Dezoito dias depois de passar por uma reforma, a pista principal de congonhas é apontada como pivô do mais novo maior acidente da história da aviação brasileira.

Depois de tanto transtorno, de juristas paulistas reclamando que teriam seus vôos transferidos para Guarulhos, muito longe do centro da cidade, vemos que o pequeno caos aéreo que atormentou a camada média/alta da população brasileira não foi nada.

Ontem, cerca de duzentas pessoas perderam a vida. Sem uma causa real, tangível de forma instantânea como o Acidente do Fokker 100 da TAM e o Boeing 737-800 da Gol. As incertezas que cercam este acidente são mais numerosas e maiores.

Alguns culpam a chuva e a pista. Porém não havia volume de chuva suficiente para causar este acidente ontem, havia menos de três milímetros de água na pista, marca abaixo do limite recomendado.

A pista principal ainda passava por uma reforma "noturna". Durante a noite, continuava-se o projeto que havia paralisado a pista durante quarenta e cinco dias. A reformulação e implantação de groovings (ranhuras que escoam a água e aumentam o atrito do avião com a pista).

O avião havia iniciado o pouso normal, havia tocado o chão antes da marca de mil pés, como um pouso normal. Mas algo fez com que acelerasse e ai está contida a grande dúvida, o avião acelerou por ação humana, seja na intenção de abortar o pouso e decolar, ou por falha humana? Teria acontecido alguma falha mecânica?

A TAM diz, em seu pronunciamento oficial, que a aeronave estava em perfeitas condições de vôo, não havia sido constatada nenhuma irregularidade.

Neste momento fica a grande questão de o quão válido é manter o aeroporto de Congonhas.

A realidade é que este aeroporto é um emaranhado de tragédias pré-anunciadas. Há outra série de fatores que tornaram este acidente o de maiores proporções da atual história tupiniquim.

O fato de o aeroporto estar localizado numa área de grande densidade demográfica, de haver prédios e grande fluxo nas avenidas Washington Luis e dos Bandeirantes. Isso pode aumentar o número de vítimas e potencializar as conseqüências de qualquer incidente.

Cercado de prédios, qualquer falha pode se tornar fatalidade. Os prédios se tornam pinos de boliche que podem ser atingidos de forma aleatória por uma bola recheada de combustível. O incidente com o Fokker já nos mostrou isso.

A pista curta pode ser responsável pela fatalidade, pois caso a pista fosse maior como a de Cumbica, que tem um pouco mais de três quilômetros e meio, poderia perfeitamente apenas vazar um pouco da pista, por causa da alta velocidade, mas sem maior desastre além de um pouso complicado.

Congonhas tem que perder fluxo, isto é fato. São Paulo precisa de outro aeroporto, longe de zonas urbanas, moderno e seguro, onde não seja colocada em risco a vida de tripulação, passageiros e de pessoas que venham estar próximas ao aeroporto.

1 comentário:

Anónimo disse...

só eu que não aguento mais ouvir falar disso?
afff




mudei de blog, paulo