- Oi moça, tudo bem com você?
Ivelize não sabe se acredita que é com ela, se tomou chá de cogumelo e se cheirou muito orégano na pizza de ontem a noite, então segue sem responder, como se nada tivesse acontecido.
Porém, o ameaçador cidadão lhe aborda furtivamente de forma agressiva e incisiva de jeito que ela não consegue escapar da indagação – Ei moça, você quer comprar uma prancheta?
- Vi que você tinha um tubo nas costas, estou vendendo uma prancheta A0, tá novinha; quer?
Ive se sensibilizou com o marginal. Ouviu sua história; o quanto pagou na prancheta, por que comprou aquela desgraça, quando comprou, para quem comprou e como o fez. Foi um festival sobre a prancheta.
Ive se sensibilizou tanto que, sem titubear, apertou o passo até o metrô e praticamente como uma ninja, fez de tudo para despistar o nosso terrível vilão, na fila da catraca.
Mas os esforços de nossa heroína não foram suficientes – Maradona que o diga – de repente, ele aparece logo atrás da desprotegida Ive!
- Eita, tinha te perdido de vista, bichinha!
Ambos ultrapassam a catraca, sobem a escada rolante, até que Ive se dirige ao fundo da plataforma e tenta uma tática da Al-Qaeda para se livrar de seu perseguidor:
- Tenho que ir pra frente, a escada fica pra lá! Tchau! (Muita ênfase nesse tchau!)
E Ive deu meia volta e saiu correndo como se fugisse de um leão faminto no meio do Congo.
Depois de um tempo atordoado, nosso vilão dá por si e tenta uma manobra de recuperação. Mas foi tarde demais. Ele deu de cara na porta, e Ive ficou dentro do vagão, tirando um sarro terrível do nosso pobre meliante vendedor de prancheta.
2 comentários:
inusitados seus posts...
e muito interessantes!
o modo de perceber as coisas, e relatá-las.]
obrigada por mostrar o outro prisma
=)
bjo
hahahahaaahaha!!! tadinho do vendedor... pobrezinho!!!! marginal hahahahah quanta maldade no seu coraçãozinho!!!
beijocas, adorei como sempre!
entra no meuuuuuuuu?
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