terça-feira, 12 de agosto de 2008

O nosso grande palhaço Bush

Fiquei muito feliz ao abrir a Folha de hoje e visualizar imediatamente o grande destaque que recebeu a conquista das medalhas de bronze de Ketleyn Quadros e Leandro Guilheiro.

Mas logo ao lado de uma foto da judoca estava a melhor piada do mês.

Em matéria que falava da recusa russa em aceitar a trégua proposta pelo G7, vem a brilhante frase do excelentíssimo nariz vermelho George W. Bush.

Folha de S. Paulo
Nosso querido faz-me-rir-mor, o campeão mundial em invasão injustificada resolveu bancar o santo e criticar a Rússia pela ação contra a Geórgia. A Rússia decidiu interferir no conflito com os separatistas da Ossétia do Sul, muitos moradores da região possuem cidadania russa.

Não estabelecendo juízo de valor algum neste post sobre a situação da Ossétia do Sul e sobre o mote russo de invasão, tão legítimo quanto um produto paraguaio, Bush me fez cair em gargalhadas.

Bush disse que a Rússia invadiu um estado soberano e ameaça um governo democraticamente eleito.

“uma ação destas é inaceitável no século XXI” termina o atual presidente dos Estados Unidos.

É hilário. Então, se uma maioria votou, uma situação de opressão é justificável? Então a liberdade é condicionada a vontade do maior grupo? Então, as condições do Estado de Direito são dependentes de estarem em acordo com o impulso de uma massa populacional?

Se for assim Bush, prepare-se, pois a China é a mais nova dona do mundo.

As minorias têm o direito de existência e ter a sua liberdade preservada é um meio de preservar a democracia. Mas não a democracia no sentido de uma maioria e sim a existência de pluralidade, diversidade, multiplicidade. É necessário preservar o direito de ser diferente, é preciso existir coexistência.

Infelizmente, para Bush só existe o sistema democrático americano e aqueles que não se classificam em sua noção de Estado Soberano, com um representante eleito por um sistema de pleito democrático – mesmo que fosse este responsável por terríveis massacres como o é Mikhail Saakashvili, presidente da Geórgia – torna o processo justo e a democracia real.

É necessário se repensar os critérios políticos que legitimam um governo e as condições de uma intervenção militar.

Aliás, não é contraditória essa Euro – Ásia? Une-se por blocos econômicos e com abertura de fronteiras, livre passagem de pessoas e comércio livre, mas ainda assim se vê recheada de grupos separatistas que tentam se separar daquilo que está sendo unificado e que os engloba.

Mundo louco em que vivemos!? O país mais poderoso do mundo com um presidente hipócrita/piadista e o continente mais influente com tato contraditório para lidar com uma questão que põe em prova sua coerência unificadora.

Os interesses permeiam o caráter.

1 comentário:

Maria Clara Moraes disse...

Seu post ficou sensacional Paulo. Eu li a última frase "Interesses permeiam o caráter" e achei-a razoável. Depois de ler o post todinho na íntegra é que eu percebi como essa frase é riquíssima. Muito bem! e o bush é o melhor amigo da vovó mafalda