domingo, 13 de janeiro de 2008

Trampo

Duas horas da manhã e Rafael pula nos colchões de mola, loucaço. Enquanto isso, Felipe está na banheira. Eu, com um laptop, escrevendo o último post.

Isto é apenas um pequeno retrato do que eram as noites dessa semana, enquanto enfrentávamos o cárcere-privado do trabalho bem remunerado.

Então, em outra noite, movido pela falta do que fazer, Rafael liga na recepção.

- Alo, boa noite.

- Boa noite.

- Sabe, é que acima do espelho, do lado do ar-condicionado, há uma luz verde, outra vermelha, num troço preto e também outro troço branco. Velho, que porra é essa?

- Não sei, senhor.

- É?

- É.

- Tá certo. Valeu


Desliga.

E disca outra vez.

- Oi, é da governância?

- Sim, senhor.

- Você poderia trazer 4 cocas para o 104?

- Sim, senhor.

- Tem mais uma coisa.

- Sim?

- Sabe, é que acima do espelho, do lado do ar-condicionado, há uma luz verde, outra vermelha, num troço preto e também outro troço branco. Velho, que porra é essa?

- É apenas um ponto de referência. Se acabasse a luz, o senhor teria como se locomover no quarto. Porém, são desnecessárias, pois temos um gerador próprio.

- A ta. Valeu.

Velho, esses dias vão ficar na minha memória pra sempre. Nem o Alzheimer os tirará!

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