Hoje nós, seres humanos, somos mais coisas que qualquer objetivo inanimado. Na hora de entrar num vagão do metrô todo mundo se empurra, atropela o que há pela frente, isso pela vil ânsia de entrar no primeiro trem que passar, afinal, esperar por mais um minuto e meio é muito.
Estranho é quando você vê um senhor de idade ser praticamente arrastado e esquartejado por um grupo de passageiros que querem entrar num vagão de trem. Você vê a fragilidade do senhor, vê o quão grotesca é a cena, mas não se choca mais, afinal, quem é ele? O que ele significa para você? Ele ser trucidado no metrô não vai mudar a sua vida, a menos que parem o trem para a retirada do cadáver.
Um monte de moleques faz malabarismo, implora, chora, canta, dança, faz o diabo a quatro frente ao seu carro no farol, e você fecha a janela, aumenta o som e balança a cabeça ao sabor da canção. Detalhe, você nem ao menos mantém algum contato visual com o ser.
O que você poderia fazer, afinal, se fosse dar atenção e trocados a todas as crianças que fazem arte no farol você, além de ir à falência, não teria vida.
Não temos tempo para nossos amigos, não temos tempo para nossas famílias, não temos tempo para nós mesmos. Quando foi a última vez que você tirou um dia inteiro só pra você? Pra fazer o que você quisesse, pra relaxar? Se o fez, vai ser difícil lembrar, não é?
O mundo lá fora é muito agitado. Mas para ver televisão, todos tempos tempo, afinal, quem aqui vai perder Páginas da Vida?
Estou cansado de ser o produto de média qualidade na prateleira do setor azul. Está na hora de ser tratado como gente, e não como um objeto descartável.
Quero que as pessoas tenham tempo para mim, e quero ter tempo para as pessoas. Mas vai falar com Deus pra ver se ele aceita essa proposta?
Mas ai penso, será que falta ou sou eu que uso mal o meu tempo?
Está mais pra incompetência do ser Rhedyano. Né?
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