segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Quem você chamaria para negociar?

Um pré-candidato a prefeitura do Rio de Janeiro promoveu um grupo de discussão, uma forma de fazer uma pesquisa qualitativa para seu marketing eleitoral.

Quem liderava as respostas espontâneas era o Deputado estadual Wagner Montes. A questão da violência é o que pauta a política no Rio, por mais que segurança seja responsabilidade do governo estadual.

O discurso de que “lugar de bandido é na cadeia” é o grande mote de Montes. Porém, após serem expostos às imagens do filme “Ônibus 174” de Padilha e indagados sobre qual político fosse o responsável pela negociação, Montes perdeu mais que dois terços de sua intenção de voto.

Isto apenas mostra como brasileiro e urna não combinam. Você pode até dizer que administrar uma cidade e negociar um seqüestro são coisas distintas que exigem características distintas.

Porém, eu discordo. São cargos, funções de confiança. Confiamos nossas vidas nas mãos dos administradores, pois são eles que têm a responsabilidade de gerir a máquina pública. São eles que têm a responsabilidade de evitar os desastres como enchentes, a criminalidade, a má formação de nossas crianças, a falta de oportunidade, a má qualidade do sistema público de saúde.

Somos vítimas de um grupo de seqüestradores; desigualdade social, violência, má conservação do espaço público, sistema de ensino público precário, sistema de saúde sucateado, caos urbano.

E você vota em alguém cujo não confiaria a negociação com o seqüestrador?

domingo, 20 de janeiro de 2008

Mulheres e seu mau gosto do inferno.

Graças ao bom Deus mulheres têm um péssimo gosto. Elas gostam de nós, homens, de forma incompreensível.

1. Somos peludos.

2. Cheiramos mal. (suor, futebol, pular muro, essas coisas)

3. Falamos imoralidades, indecências e bobagem o tempo todo. (Só ir a um bar com os amigos e ligar o gravador por cinco minutos para comprovar)

4. Nós ficamos carecas com uma facilidade incrível.

5. Não há como evitar, as mãos sempre vão para os peitos/bunda.

6. Aniversário? Que aniversário?

7. Não, eu não quero ver a sua mãe. A menos que seja no velório... Dela.

8. Nós sempre acertamos a tampa do vaso.

9. O controle remoto é MEU!

10. Não fazemos a menor idéia do que se trata ser um cesto de roupa suja.

11. Amor, onde estão as chaves do carro?

12. Nós não estamos perdidos! (NUNCA)

13. ETC

Vejam bem, não é nada pessoal, mas vocês são meio masoquistas, né? =P

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Boicotar Beijing?

Há algum tempo tem circulado por e-mails e tópicos do Orkut algo sobre boicotar as Olimpíadas de 2008, como forma de protesto.

Não sei qual é o sentido de boicotar Beijing, não sei se é inveja ou recalque, pois os argumentos são hipócritas.

A história recente da China é sangrenta, ditatorial? É. Porém, a China tem uma história milenar, é uma civilização que existe antes da ocidental, com traços culturais muito fortes e presentes e uma forte resistência a influência cultural estrangeira.

Não que os caracteres ocidentais não tenham invadido a China, eles foram incorporados e adaptados a cultura Chinesa, que por ainda sofrer um processo de abertura econômica, ainda não sofreu a mesma invasão cultural que o Japão sofreu, por exemplo.

Muitos querem fazer essa criancice por causa do regime comunista chinês. Sistema pseudocomunista, para sermos sinceros, já que a economia lá não é nada comunista, apenas o sistema político que continua aos moldes soviéticos.

Muitos falam das atrocidades que os chineses fazem com os animais, como comer cachorro. Aqui a gente faz coisa pior com nossa fauna. Extinguimos mais espécies que eles, então, vamos deixar de hipocrisia... Se for boicotar Beijing, por que não boicotou o Pan do Rio?

Muitos falam da desigualdade, de uma China aberta ao capitalismo no litoral e uma China miserável no interior do país. Acontece que o percentual de concentração de renda é o mesmo do que o do Brasil, 90% do PIB do país está concentrado em 10% da população. Como aqui nós temos menos gente, temos menos miseráveis. Mas a realidade é idêntica.

Dizem que eles vivem uma ditadura corrupta. Nós vivemos uma democracia prostituída. Lá, só há um partido. Aqui, todos são igualmente desprezíveis.

Quer saber? Se quer boicotar alguma coisa, boicote o Brasil, a China está muito longe para se interessar pelo que você irá fazer com o seu televisor. E ainda sim, quem somos nós para fazer dos cascos do cavalo do outro quando os cascos do nosso cavalo estão uma desgraça que só...

Eu vou assistir a estas olimpíadas, logo eu que detesto olimpíadas, só para ver como será bonito e importante para a China. Tenho certeza que será um marco na história do país, nunca tantas idéias, tantas culturas, tanta diversidade terá passado por lá. E sem imposição, de forma natural, onde novas perspectivas se apresentarão e outras possibilidades se formarão.

Que o esporte faça nessas Olimpíadas o que sempre fez; leve uma mensagem de paz e igualdade.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Trampo

Duas horas da manhã e Rafael pula nos colchões de mola, loucaço. Enquanto isso, Felipe está na banheira. Eu, com um laptop, escrevendo o último post.

Isto é apenas um pequeno retrato do que eram as noites dessa semana, enquanto enfrentávamos o cárcere-privado do trabalho bem remunerado.

Então, em outra noite, movido pela falta do que fazer, Rafael liga na recepção.

- Alo, boa noite.

- Boa noite.

- Sabe, é que acima do espelho, do lado do ar-condicionado, há uma luz verde, outra vermelha, num troço preto e também outro troço branco. Velho, que porra é essa?

- Não sei, senhor.

- É?

- É.

- Tá certo. Valeu


Desliga.

E disca outra vez.

- Oi, é da governância?

- Sim, senhor.

- Você poderia trazer 4 cocas para o 104?

- Sim, senhor.

- Tem mais uma coisa.

- Sim?

- Sabe, é que acima do espelho, do lado do ar-condicionado, há uma luz verde, outra vermelha, num troço preto e também outro troço branco. Velho, que porra é essa?

- É apenas um ponto de referência. Se acabasse a luz, o senhor teria como se locomover no quarto. Porém, são desnecessárias, pois temos um gerador próprio.

- A ta. Valeu.

Velho, esses dias vão ficar na minha memória pra sempre. Nem o Alzheimer os tirará!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Aquilo que eu não deveria dizer

LOS_HERMANOS:_Sentimental www.listengo.com

No dispone de flash




Aviso ao leitor que estas palavras baseadas são em tons e influências não racionais, mas por efervescência que tem me atacado e consumido nos últimos tempos.

Sinto uma incontrolável vontade de dizer tudo aquilo que explode a minha garganta, mesmo tendo apenas tido duas lembranças presenciais do que é o real. É incrível como o coração consegue fazer sua construções utópicas e fazer-nos acreditar com toda a força da alma num romance que seria de cinema.

Sou consumido por uma vontade de dizer tudo aquilo que contradiz minha racionalidade, de um sentimento aceitável e palpável, sentimento que todos adoram aparentar, inclusive eu. Por alguma ironia qualquer, não é este o caso daquilo que há hoje.

O amor é um jogo de aparências. Você não pode revelar o que sente por quem sente, isto é desarmar-se, ir ao campo de batalha sem sua armadura. Mas como saber o que sente a pessoa por quem algo você sente? É muito arriscado vulnarabilizar-se frente a quem não sabemos se quer nos acolher o ferir-nos com sua vil lança de rejeição.

Para quem joga num terreno aberto, é muito simples; expõe-se, assim, abre-se a lacuna da oportunidade. Ama oportunidade que, aliás, não existe, não é real. Apenas se revela - no momento que se expõe o sentimento escondido no âmago - aquilo que já era, mas outrora estava oculto. A resposta vindoura é aquela que já existia antes; ninguém vai lhe querer apenas porque você declara um sentimento, o que ocorre é o choque de interesses em comum. Deixa ser, não é o que me interessa dizer.

Outra opção, a mais racional, é a de ocultar-se aquilo que há em si. É jogar o jogo. Você sente algo, porém fingi não sentir, mas tenta de todas as maneiras despertar sentimentos em seu alvo de desejo. Assim, apenas revelar-se-á quando oportuno o for. Claro que sempre há o risco de nunca haver um momento oportuno.

O grande problema disto é tornar-se um amante platônico. Você pode acabar por amar intensamente de forma cega e irracional alguém que desconhece seus sentimentos e nunca os efetiva, apenas guarda para si, sofre, se destrói a cada dia, procurando subterfúgios para ignorar a verdade que lhe salta aos olhos a todos os dias. Quem sabe, talvez, a pessoa amada até saiba de seu sentimento, mas prefira fingir ignorância, pois é muito mais fácil ignorar aquilo que não se é capaz de lidar e deixar que você siga a viver a mentira que é amar e alimentar um sentimento que nunca algo será e se destruir com isto, procurando fuga em outros braços quaisquer.

Aqui entra o meu porém. Sinto, não entendo como, apenas sei que o é. Sei o que sente aquela por quem sinto. Sei que o amor só é amor se for sem razão, por isso confio nas boas intenções da minha insana carne a fazer escolhas como esta.

Há esperança, mas não a de ser o que eu gostaria que fosse. Quando se sabe a quem pertence o coração que você gostaria de ter para si e que este proprietário não é você, vive-se na angustia de jamais poder ter aquilo que sempre o quisera; amar como jamais amara alguém.

Ai entram as palavras que eu tanto gostaria de dizer, mas não o posso fazer. Não é medo de perder, pois só se perde aquilo que se tem e a realidade é que nada eu tenho. Eu só queria dizer que sem qualquer motivo eu a quero tanto, que espero apreensivamente o passar de cada hora para a oportunidade de a ver e quando a vejo, meu coração dispara, as palavras somem e eu nem sei o que fazer.

A conquista só se torna algo impossível quando se deseja aquilo que se quer de forma avassaladora. Eu não vejo horizonte para qualquer sentimento real de alguém por mim, principalmente de alguém por quem eu sinta algo; esta é uma boa sorte apenas concedida para uns poucos. Para pessoas como eu sempre sobra o mero sabor carnal de posse e toque, jamais o sentimento que transcendesse o banal sensorial, jamais me é permitido tocar de forma real a posse do amor, jamais me é permitido haver a destruidora paixão recíproca. Para mim, apenas restos e feridas.

Estar, gostar, apreciar. Para alguns é suficiente. E infelizmente, aquilo que eu não deveria dizer é, que tudo que eu quero é o tudo que não pode me oferecer. Se por acaso quisesse algo oferecer a mim. Amor? É coisa que só alguns podem ter e infelizmente eu não estou nesta lista.

Então, resta engolir as mentiras do dia-a-dia, enganar-se com cada lábio vazio que houver no caminho e aceitar como verdade as mentiras que conto a mim mesmo. "eu só aceito a condição de ter você só pra mim, eu sei não é assim, mas deixa eu fingir e rir..."

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Dia na Índia

Minha avó adora me levar a médicos, consultas e afins. Hoje, foi mais um típico dia desses acontecimentos nefastos, dias que ocorrem as visitas aos nossos queridos açougueiros que levaram 10 anos para aprender a esquecer tesouras nos outros.

Minha avó, querendo dizer alguma coisa que me convencesse de que não seria ruim/doloroso/deprimente, disse:

“Não é um médico igual aos outros, você vai ver, é diferente!”

Realmente. Porém essa diferença que ela falava era por ele ser Indiano. Isto mesmo, o cidadão nasceu lá na Ásia e veio aqui ser médico.

Ou seja, já que o médico é indiano, não pega nada. Adoro a lógica da minha vó. ¬¬

Para minha sorte ou azar, ainda não sei, ele não tem bisturi. Ele utiliza algo ainda pior, chazinhos e ervas...

Vejamos até onde irá a minha sanidade mental com o início desse tratamento.