domingo, 31 de dezembro de 2006

Balanço.

Foi a minha 49ª viagem de avião. Um luxo, confesso, já que há familiares meus que nunca pisaram num avião.

Essa foi talvez a viagem mais broxante de todas. Há alguns dias, os aeroportos tupiniquins já haviam ultrapassado o caos, principalmente o Santos Dumont e o de Cumbica, aeroporto cujo embarquei.

Meu vôo estava marcada para às 4h da manhã do dia 30. Depois de andar bastante pela Dutra e imediações, bateu o desejo de ir ao Rio. Desejo que foi dilacerado pelo irreversível realidade que não poderia dar-me esse capricho.

Quem me conhece sabe que datas comemorativas não me alegram, eu detesto toda essa euforia, considero apenas marcações humanas sem sentido, sem valor, onde apenas acomoda-se com a renovação do calendário.

Minha vida sempre seguiu independente de datas e momentos, sempre vivi alheio a realidade dos demais.

Natal sempre foi uma data familiar.
A maioria dos meus natais eu estava atrás de mulher, este foi um dos primeiros que passei com a cabeça totalmente alheia aos impulsos hormonais.

Esta passagem de ano tem tudo para ser tão insignificante quanto às outras, mas terá certo diferencial, é provável que eu a passe só.

Sempre o quis. Longe da euforia dos outros, dessa festa sem sentido, das pessoas de branco, fazendo pedidos para nem quem elas sabem, pulando ondas, vestidas de branco, ou outra cor, por superstição.

O poeta não morreu, foi ao inferno e voltou. Não morri, também, e vou em direção ao meu inferno pessoal, serão messes de tenso, esses primeiros, que exigirão muita força e determinação da minha parte.

É provável que eu tenha que fazer muitos sacrifícios também. Chegou a hora, nego, está na hora que honrar a barba que tens na cara.

Esse meu mês na Bahia terá descanso e lazer, mas não deixei o trabalho em São Paulo. Será trabalho, trabalho e trabalho.

Pretendo voltar com o projeto gráfico do Acontece, de um outro projeto, com metade do “Por detrás da janela” pronto, e ter lido uns 15 livros.

Esse mês vai ser curto...

sábado, 23 de dezembro de 2006

Ahhhh! O verão!

Ahhh, o verão!
Dizem que é a estação da perdição, porque no verão é quando você faz tudo aquilo que vai contar para os seus netos! Bisnetos! E tataranetos, um dia!

E no verão, os pandas coçam suas panças!



E você, vai fazer o que para contar para os netos?
=P

domingo, 10 de dezembro de 2006

Sabadão

Hoje foi um daqueles dias mais chatos que podem haver. Não fiz absolutamente nada. E nem queria fazer. Família veio a minha casa e todos fizeram o bendito comentário:

Meu Deus, como você está barbudo!?”

Eu respondi:

Não, não estou. Foram os pêlos da minha orelha que cresceram demais e tomaram conta do meu rosto

Eu sei, foi péssimo. Mas a minha irmãzinha riu. Tudo bem, ela só tem um ano e poucos messes, mas ela riu. Tudo bem, ela riu da minha cara, já que criança ri de careta. E não, eu não fazia caretas naquele instante.

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Vezes

Ás vezes você está sozinho.
Ás vezes você está todo sujo.
Ás vezes sua mãe briga com você por uma bobagem sem motivo.
Ás vezes o cotidiano se torna mais forte que tudo aquilo que deveria ser mais importante.
Ás vezes gastamos mais tempo com palavras do que com atos.
Ás vezes o tempo passa e nem nos damos conta.
Ás vezes tudo dá certo.
Ás vezes tudo dá errado.
Ás vezes eu acerto.
Ás vezes eu erro.
Ás vezes eu faço do certo o errado.
Ás vezes o dia fica todo embaralhado,
Ás vezes a culpa é minha,
Nas outras também,
No final,
Sou eu quem escreve essa ingrata vida,
Que faço às vezes e as outras também;
Vinte anos de pão e circo,
E doutras cousas também.
É mãe. Tá ficando velha. =P

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Ignora (não era ela)



Não era ela quem o faria feliz, não era ela não, não era ela...

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

O sonho utópico.

Todos têm guardado um sonho utópico. O meu sonho utópico era, como de muitos pequenos guris, ser jogador de futebol. E eu quase consegui, e só não o foi porque eu não o quis.

O meu sonho era utópico não por ser algo irrealizável, mas por não condizer comigo. Jogar futebol para mim sempre foi diversão, sempre foi paixão, e ter que encarar isso de forma profissional seria um problema.

Quando moleque eu sofri muitas lesões. Ligamentos do joelho, estiramentos, contraturas e distensões nas coxas e panturrilhas, torções dos joelhos e tantas outras. Aos doze já era considerado improvável a possibilidade deu poder jogar bola "a sério".

Pela lesão que havia sofrido no joelho, no ano de 1998, não correria mais o que poderia e acabei engordando muito pelo tempo de molho (5 messes de geso, mais 5 de fisioterapia), e pela dieta que sempre levei. Com 1,65m, eu pesava 70 kg.

Então, depois de um tempo parado, com exercícios básicos e aquele futebolzinho de fundo de quintal com os amigos, eu cheguei aos 15 anos com 1,80m e 96kg. Um monstrinho.

Mas a partir daí, com exercícios corretos a um volume alimentar mais adequado, eu entrei em forma, e consegui me adaptar ao problema do joelho esquerdo. Terminei o ano com 1,82m, e 77 kg.

Voltei a jogar, e bem, tendo a oportunidade de ir até mesmo para europa, que, por motivos pessoais, rejeitei.

No ano seguinte, com mais exercícios e por ter fechado a boca, chegando a ficar dias sem comer, atingi 73 kg com 1,84m. Neste ano, quando um distinto senhor, que me empresariou, me levou para fazer exames, eu tinha algo em torno de 7% de gordura corporal, arredondando para cima. Segundo o doutor, eu deveria ganhar mais massa muscular, mas também deveria ganhar um pouco mais de gordura, pois ele temia que eu pudesse ultrapassar o limite suportável pelo corpo, e a perda de gordura passasse para uma perda de massa muscular, o que seguiria em seguinte com os órgãos. O corpo também precisa de gordura. Há gordura que fica entre os órgãos, que evita o atrito entre estes, e até serve de proteção. A ausência dessa gordura pode levar a problemas de saúde, como a baixa da imunidade do corpo, deixando os órgãos vulneraveis a uma infecção.

Foi o que aconteceu com uma guria essa semana. Ela tinha um sonho utópico, ser modelo e, através disso, dar uma vida digna aos familiares, ter um bom padrão de vida, e estar feliz consigo mesma, por se sentir bem como pessoa, por fazer um trabalho que sonhara para si.

A diferença é que Carolina era cobrada pelo seu consciente a estar magra, pois seu visual era seu sustento. Ela não desenvolveu a anorexia porque quis. Ninguém que sofre desse mal tem um lapso imediato e decide perder toda a gordura corporal que possui.

O que se viu nos últimos dois dias foi uma incessante agressão a uma família que perdeu uma pessoa muito amada e, para quem observou com calma as informações que foram jogadas por ai, não era nenhum monstro obsessivo por virar um esqueleto.

É evidente que o incidente tem que servir para abertura de um maior pudor com o cuidado com essas pequenas gurias que matam-se em busca desse sonho das passarelas, com uma reflexão sobre o que essa cultura da moda impõe, se esses padrões de beleza que a passarela aplica realmente é compatível com um ser humano saudável.

Mas deve-se repensar também a forma como é tratado o defunto. A guria morreu, e logo tornaram-na um monstro, como se não tivesse vida, como se o objetivo de vida dela fosse ficar magra, como isso estivesse mentalizado pela moça. Carolina não conseguia comer, pois condicionou-se a comer pouco para manter a forma. Com isso, o apetite se tornava cada vez menor, e por já perseguir a estética da magreza que lhe era imposta, tinha que ter tais medidas, estar com tal volume, que estar naquela condição era natural. O problema é parar.

A minha vantagem é que eu emagreci comendo muito. Tinha uma carga de esforço físico muito grande, gastava energia, queria ser atleta, então isso era necessário. Ela não, e talvez por isso, tenha caído nessa desgraça.

Creio que os fatos foram expostos de uma maneira superficial, pouco se pesquisou sobre quem era essa Ana Carolina Reston, não perguntaram aqueles que conviviam com ela como era, como pensava, como agia. Seria a melhor forma de expressar algo sobre o que aconteceu realmente com Carolina.

Mas foi mais fácil para o jornalista gordo e sedentário ficar sentado na cadeira aveludada e ligar para mãe, abrir o Google e pesquisar sobre anorexia, perguntar sobre isso a apenas uma nutricionista (a mesma nutricionista da Universidade de São Paulo foi a única consultada por TODOS os canais da rede aberta de televisão) e taxar a guria como uma louca. É evidente que ela era doente, mas não era o monstro que pintaram na tevê. Carolina também amava, era amada e tinha uma vida, não era obcecada em tornar-se um esqueleto, só você observar o que era dito por parentes e pela moça em conversas pelo orkut, ela queria ser magra, mas exagerou na dose, não conseguiu parar, chegou a um ponto que o freio estava além do alcance dos pés. Só não conseguiu perceber a tempo.

Os familiares sofrerem com o que fizeram com o perfil da guria no orkut. Este e o perfil do namorado foram invadidos por milhares de pessoas que deixavam suas condolências, os expressavam sua opinião sobre anorexia e bulimia. Muitos recados chegavam a ser sarcásticos, mal intencionados e maldosos.

Ao final dessa semana, transformou-se tudo isso num circo, fechado com chave de ouro com a frase da tal Gisele de que nunca deixaria de comer por trabalho nenhum. Mas duvido que ela nunca tenha passado fome para chegar aonde chegou.

Creio que essa seria a melhor oportunidade que ela poderia ter para criticar o sistema, mas não para jogar essa crítica infame a uma defunta que tem, neste momento, familiares sofrendo com esta perda, que para estes, foi irreparável.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

O Teu futuro é duvidoso, eu vejo grana, eu vejo dor 


Por você conseguiria até ficar alegre


Que tudo o que ofereço é meu calor, meu endereço, a vida do teu filho, desde o fim até o começo


Pra que usar de tanta educação pra destilar terceiras intenções


O seu instinto, é o meu desejo mais puro, esse seu ar obscuro, meu objeto de prazer


Eu quero te olhar de um lugar diferente, eu quero a chave, a chave da porta da frente


Amanheceu o pensamento que vai mudar o mundo com seus moinhos de vento

no palheiro nas noites de frio é melhor nem nascer


Hoje eu acordei com sono e sem vontade de acordar


Como pode alguém ser tão demente, porra louca, inconsequente e ainda amar


É. Barão Vermelho. Isso mesmo. Foda!

sábado, 28 de outubro de 2006

Estagiário da Globo também é problemático


Hoje eu recebi um estranho e-mail da Globo.com com esses dizeres a cima.

Os caras brisaram e acharam que era o meu aniversário. Acontece que ainda falta um mês para essa data infeliz, e ter me lembrado disso não foi algo muito legal.

Eu não sei o que é pior: Esquecer o aniversário de alguém, ou dar os parabéns no dia errado... =P

Será que os caras me confundiram com o Taotao?

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Parabéns Taotao!


Taotao fez aniversário hoje, 34 anos.

Ele é, simplesmente, o panda mais velho da China. Daí você pensa: a China tem mais de 1 bilhão de pessoas, mas, mesmo assim, ainda sim há pandas lá. Então, Pandas são fodas, sobreviveram aos seres humanos. Olha que nem Deus conseguiu isso. Já que, quando ele veio aqui, confundiram-No com um enfeite e pregaram-No.

Pandas podem até correr risco de extinção, mas como você pode ver pela foto, já começam até a diversificar o cardápio, medida de sobrevivência, já que depender de bambu deve ser tenso...

sábado, 14 de outubro de 2006

Calmaria

Sim, eu me empolguei e voltei a fazer música.
Foderam-se!

quinta-feira, 12 de outubro de 2006

Hipocrisia

Hoje recomeçou o horário político, e já tivemos baixaria. (Perdoem à redundância).

Lula em seu programa de hoje afirmou que não partirá para ofensas pessoais, mas em toda sua fala praticou afirmações atacando o candidato do PSDB.

Logo depois, quando entraram em cena os peões que falam e atacam o adversário para que o adversário não seja ligado à ofensa, começaram os ataques ao governo anterior com os números suspeitos do PT.

Engraçado é que há quem acredita no que o Barbudinho-mor fala.

Barbudinho afirmou no debate que investiu 14 vezes mais em saneamento básico que o governo anterior. Investiu mesmo Lula?

Primeira parte

Segunda parte

sábado, 7 de outubro de 2006

Nada está em seu lugar.

Há algum tempo escrevi “A falta”. É um poema-canção triste, desiludido, mas até hoje ninguém entendeu.

Hoje eu fui ao Jardim Fontális, para participar do Mackenzie Voluntário, e vi em cada esquina, em cada criança, no esgoto a céu aberto, na feira desorganizada, no desastre do espaço público, na má conservação das ruas, na fragilidade das pessoas que habitam naquele bairro, enfim, na mazela que certa a vida daquelas estavam expressas cada linha do poema.


Um Passo Errado,

Sabor amargo,

É Tão Frio,

Tão Vazio,

Onde Está Você?

Sinto a Falta.

Por que não vem?

Foi-se todo um dia.

Nada está em seu lugar,

Onde encontrar a resposta pro interrogador?

A sua ausência está a me castigar,

Sinto a falta do seu calor,

Hoje a noite está tão fria,

O vazio estanca a alegria,

Sem você não há mais vida

.

Na vida, certas coisas começam de maneira errada e damos continuidade a essas coisas, de maneira não adequada, justificando atos errôneos nas falhas passadas. Pouco importa que o governo anterior fez ou não, o atual tem que fazer. Falta escola? Construa. Ruas esburacadas, de barro e terra? Asfalte. Faltam professores? Contrate.

O que não podemos é deixar passar o dia sem tentar remediar as máculas sofridas por nosso organismo neste dia. Os males se acumulam, e por mais fortes que possamos ser, chega um momento que é insuportável, tudo vira um caos.

Sempre haverá filhos sem mães, tristeza e dor, mas enquanto formos indiferentes a isso, tudo continuará, e pior, se multiplicará.

No inverno, doe agasalhos. Participe de campanhas de distribuição de alimentos. Inscreva-se numa ONG que realize trabalhos em regiões de grande carência, na área que você melhor puder ajudar. Gente precisando da sua mão estendida é o que não falta.

Lágrima ao vento,

Um instante,

Último momento,

Aquele seu sorriso,

Hoje é meu ferimento,

Aguardo o que não volta,

No silêncio exorta,

Tornar-se-á alegria.

Você não sabe como o seu conforto, a sua vida, suas poses, sua familia são invejados por todos aqueles que não podem gozar das possibilidades que você, caro leitor, pode. Não é aquela inveja sangrenta, maldosa, mas aquele sentimento de que faria de um tudo para ter tudo o que nunca tiveram. Aquele seu sorriso é tudo que alguém jamais poderá ter, então, meu amigo, valorize-o.

As pessoas passam

Sem se importar,

Olham, mas não vêem,

Vão a ignorar

As próprias mazelas,

Não encaram suas falhas,

Escondem suas lágrimas,

Vivem todas em farsas

Fingindo ser o que jamais serão.

Quantas vezes você não parou no farol vermelho, um guri bateu a sua janela e você o ignorou? As pessoas passam, vão sem se importar, afinal, não são elas que passam fome, frio, que apanham de seus pais se não conseguem o dinheiro para bancar a bebedeira.

Fingimos estar numa sociedade perfeita, onde vivemos bem, felizes. Mas nos prendemos em nossas casas, andamos trancafiados em nossos carros, não olhamos para a pessoa que está ao lado.

Tudo isso é fruto da mazela que somos como cidadãos. Esquecemos que, para que todos passam ter direitos, nós todos temos que cumprir com todas as nossas obrigações. Tente olhar nos olhos de um pequeno guri que passa fome e que lhe implora socorro. Tente esconder as suas lágrimas olhando nos olhos. Não dá. Então você ignora. Assim, a lágrima não vem, o farol fica verde, e você segue como se aquele frágil, magricelo pequeno não tivesse existido.

A dor dos fracos é fruto da nossa falha como sociedade.

Não há mais campos, nem flores,

Crianças choram sem suas mães,

Só se vê guerra, fome e dor.

Todos os dias somos vítimas de nosso próprio exterminador.

Por meros trocados vendemos vidas,

Cultivando velhas feridas,

A sua falta se torna a maior dor,

Paz que foi embora e nunca mais voltou.

A esperança, os jovens engajados por uma sociedade melhor, morreu. Hoje, é tudo festa, bebedeira, o mundo que uns vivem é totalmente diferente do real.

Lá fora as lágrimas caem, e nos botecos em torno das universidades mais conceituadas do país rolam mil gargalhadas. Chega a ser ofensivo.

Todos os mecanismos que criamos durante toda nossa história para regenerar serviram para o oposto, colocamos aos olhos um venda, e descarregamos o pente do revolver ao pé.

Febem só formou marginal. Instituições de ensino ruíram. Prisões se tornaram workshops do crime. A Religião não tem mais significado para as pessoas. A Política não atraí, pelo contrário, causa ânsia.

A vida se tornou algo tão barato que uma morte para se tornar notícia tem que ser trágica, cômica, ou acompanhada de um número chocante. Mais de uma centena pode morrer, o que mais interessa é como explorar esse desastre, por quanto tempo isto será interessante para a sociedade?

Quantas pessoas são mortas, todos os dias, por causa de alguns trocados, ou por não terem esses trocados? Pessoas morrem diariamente, e é tão comum que não choca. Você não liga, não sabe, e se divulgassem, você não se interessaria, afinal, a vida segue, não foi você, foi um outro qualquer, pra que se importar se você continua de pé?

Nada está em seu lugar

Onde encontrar a resposta pro interrogador,

A sua ausência está a me castigar,

Sinto a falta do seu calor,

Hoje a noite está tão fria,

O vazio estanca a alegria,

Sem você não há mais vida

Paz que foi embora e nunca mais voltou.

O mundo está de ponta cabeça. Desigualdade, doenças, fome.

Nós conhecemos os problemas existentes, mas não nos preocupamos com suas causas, seus efeitos, e em encontrar, para estes, soluções.

Podemos até ignorar nossas mazelas, mas essa paz que nos falta afeta a todos, ricos ou pobres, ateus, crentes, ou o raio que o parta.

Estamos todos mais frios, as piores tragédias acontecem, mas já estamos tão acostumados a assistirmos a tragédias diárias que ficamos anestesiados. Pessoas morrem. Pessoas passam fome. Pessoas adocem de doenças que já têm cura. Pessoas padecem por falta de conhecimento. Pessoas, que poderíamos salvar, sofrem. Mas não ligamos para nada disso. Nosso cotidiano não pode ser interrompido.

Por mais que nos enganemos, enquanto não resolvermos o caos que nos cerca, nunca haverá tranqüilidade, nunca será possível viver. Não haverá dignidade, não haverá segurança. Não haverá sorriso sincero.

Hoje eu vi que a paz nunca mais voltou, e que não voltará. Ao ver a alegria do guri, de pouco mais de 6 anos, ao ver que enrolava tiras de jornal para que ele colasse num copo plástico para fazer um simples porta-lápis foi destruidor.

O guri lotou meus olhos d´água, aquele sorriso inocente, sincero, satisfeito e banguela me desdobrou. A gratidão dele por algo tão singelo me desconcertou, encheu-me de esperança e, ao mesmo tempo, de dor. Queria poder fazer bem mais que enrolar um papelzinho, já que aquele guri fez por mim algo de um preço incalculável. Mostrou que toda a mazela pode ser superada com um ato singelo e com um sorriso.

Se puder, ajude, não deixe que pequenos guris como este não possam dar nem ao menos um sorriso, nem que seja, pelo menos, com um punhado de papel enrolado envolvendo um copo plástico grudando-os com cola.

quinta-feira, 5 de outubro de 2006

Descoberta

Hoje, eu descobri que sou muito egoísta. Descobri que sou muito possessivo. Descobri que as pessoas se cansam de mim. Descobri que me cansei de mim. Descobri que meu egocentrismo é irritante.

Descobri, também, que vocês me odeiam muito por tudo isso. Não os condeno por isso. Até os admiro.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Desabafo 5.371

Eu queria escrever um bom texto hoje, mas não tenho inspiração ou motivação para escrever. Estou meio ácido, chateado, desesperançoso.

Não por causa da política, estou muito animado com o segundo turno, confiante na virada do Geraldo, para o bem do país, mas sim pela minha vida emocional. É um caos. Eu não quero que aconteça, e agora que encontrei motivos para que não seja, não será!

Mas diz isso para o coração.

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Dance, Dance!



Dance, dance! Relaxe, desligue-se de tudo. Mande tudo a merda, e seja feliz. Uma noite pode mudar tudo.

sábado, 23 de setembro de 2006

O Brasileiro Merece Aquilo Que Tem.

Senhor tupiniquim integrante da elite cultural do país, só 10% da população tem acesso à internet, o que o senhor andou lendo (notícias) durante essa semana?

Não adianta falar que foi sobre o dossiê, o Watergate PTista, porque não foi. As quatro notícias mais acessadas durante a semana, nos maiores portais nacionais, foram sobre o voyeurismo de Daniela Cicarelli.

Política no Brasil sempre foi piada, eu sei, mas há um escândalo de proporções presidenciais, e nego não está nem ai!?

Um assessor, amigo pessoal do presidente, que cuida das finanças dos safados dos filhos do Barbudinho-mor (próximo post eu conto porque eu odeio os filhos do Lula), é apanhado com muito dinheiro, que entrou irregularmente no país, para a tentativa da compra de um dossiê contra adversários políticos, ato ilegal. Só pra constar, isso é crime.

Envolvidos nos crimes, gente do alto escalão do governo, amigos pessoais do presidente, e o presidente do PT (sem falar que TODOS estavam envolvidos na campanha do presidente).

Algo muito mal explicado foram os grampos feitos nos telefones dos Ministros do TSE, entre estes, no presidente Marco Aurélio Mello.

Outro fato intrigante, que aconteceu ontem, foi a blitz realizada pela polícia em cooperativas de lotações, na zona leste de São Paulo.

Os policias foram até a garagem-sede da Associação Paulistana com o intuito de confirmar ligações de alguns perueiros com o PCC. Lá encontraram armas irregulares (não havia porte por parte dos perueiros) e drogas.

Documentos, computadores, tudo que possa dar alguma prova da ligação de membros da cooperativa com o PCC foi apreendido. Alguns perueiros foram presos. Engraçado, que um, quando avistou que a polícia vinha, fugiu pelo telhado. Quem tem consciência tranqüila não foge desse jeito, não?

Engraçado que o cara que organiza essa cooperativas, presidente do SindLotação, é um vereador PTista. No momento, ele é apenas testemunha. Mas logo deve ser indiciado.

Meu amigo tupiniquim, creio que a maior parte das coisas que acontecem passem desapercebidas pela sua pessoa. Vai ver é por isso que político não presta, você não está nem ai, não lê, não protesta, não se IMPORTA. Brasileiro tem os políticos que merece! Muda partido, muda sigla, continua tudo igual.

Não importa em quem você vote, enquanto a eleição para você for um dia a cada quatro anos, enquanto seu voto apenas for um ato num dia de Outubro ou Novembro, a coisa ficará igual. Vote, cobre, fique no cangote do seu eleito, não fique ai parado só reclamando da corrupção. Aja!

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Eclipse



Amanhã
, as 5h e alguns quebrados da matina haverá um eclipse lunar. Enquanto isso, Rhedy estará dormindo pela primeira vez na semana.

Há!

Quer saber, Lua, vai te catar, que eu tenho mais o que fazer.

=P

sábado, 16 de setembro de 2006

Voto Nulo.

Caro amigo leitor, estamos em tempos de eleições, e há um forte movimento para que você, ser tupiniquim-apolitizado, vote nulo.

Só que isso não passa de uma bela brisa de adolescente revoltado que acha que entende mais de leis que o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Marco Aurélio Mello.

Veja só o artigo 77, parágrafo 2º da nossa Constituição: “Será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos”.

Primeira constatação: Votos BRANCOS E NULOS não são computados. Ou seja, não entram na contagem. Não importa o que qualquer babaca diga por ai, nunca haverá 50% mais um voto nulo para anular uma eleição, já que votos nulos não são contabilizados.

Em miúdos: Você pode ter 100 eleitores. 95 anulam seus votos. Só serão contados cinco votos. E quem tiver mais votos entre os cinco votos vencerá a eleição.

Daí você pergunta: “E os outros 95?”. Bem filhote, os outros 95 se deram muito bem, já que resolveram não escolher seus governantes, deixaram a responsabilidade para os pobres cinco que não anularam seus votos.

Quem anula, em minha opinião, não pode reclamar depois. Não quis escolher!? Então, vá se foder.

Essa idéia imbecil que é possível anular a eleição saí desse lugar aqui:

“Art. 224. Se a nulidade atingir a mais de metade dos votos do país nas eleições presidenciais, do Estado nas eleições federais e estaduais ou do município nas eleições municipais, julgar-se-ão prejudicadas as demais votações e o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias”.
(...)
“Parágrafo 2º Ocorrendo qualquer dos casos previstos neste capítulo o Ministério Público promoverá, imediatamente a punição dos culpados”.

Só que esses gênios pensam que, por causa desse artigo da constituição, é possível anular uma eleição com votos nulos não perguntaram ao presidente do TSE o que ele pensa sobre o assunto, coisa que o Jornalista Fernando Rodrigues fez em seu blog, no portal uol.

Veja o que o ministro pensa sobre esse artigo da constituição:

Como se observa, o parágrafo 2º desse artigo fala em ‘punição aos culpados’. Ora, quem vota nulo por vontade ou por erro não é culpado de nada nem pode ser punido, até porque o voto é dado de maneira secreta. Além disso, os artigos anteriores ao 224 no Código Eleitoral explicitam que quando se tratou ‘nulidade’ o legislador se referia a votos anulados em decorrência de atos ilícitos, como fraude em documentos, por exemplo. Não quis se tratar do voto nulo dado pelo próprio eleitor”

Ou seja, cara pálida, o que pode anular uma eleição é nulidade de uma seção eleitoral, não seu voto nulo. É necessário que sejam constatadas irregularidades em 50% mais uma urna. Nada a ver com votos brancos e nulos.

E lembre-se, votando nulo, você ajuda que políticos sujos e desonestos voltem ao poder, já que com menos votos válidos, o infeliz precisará de menos votos para se eleger. E isso inclui o nosso barbudinho-mor, que não é presidente, é um velho sacana com um projeto de poder.

Pense que grande parte dos problemas, enfrentados por nós hoje, é culpa do nosso legislativo, que nada fez para evitar as condições necessárias para evitar o caos que vivemos hoje.

Daí você pensa: “como assim?”.

Explico-lhe, criança, que o legislativo formula e aprova as leis, e nada fez para evitar o caos na ordem pública, para dificultar a vida dos criminosos, e sim pelo contrário, só aprovou leis que alisam criminosos de alta periculosidade.

Nada é feito para melhorar a educação básica de nossas crianças, acham que provas como Enem, Enade, ou Equalquer-coisa vão realmente avaliar a educação em nosso país, que irão resolver nossos problemas. Estamos avaliando por baixo, o referencial de avaliação é o pior possível, tanto faz o resultado!

Faz-se necessário o investimento pesado e bruto na educação, coisa de bilhões de reais, que deveriam ser investidos, isso se nossas leis valessem para aquilo que deveria ser em benefício do povo.

Está na hora de você desligar a televisão, e ir ler um livro. No caso do computador, não precisa desligar, é só abrir um e - book que fica tudo certo.

Boa coisa também é procurar os planos de governo dos candidatos à presidência da República, e ao governo estadual. Também aconselho a pesquisar sobre planos e projetos de candidatos a Deputado Estadual, Federal, e, principalmente, Senador.

Vote com parcimônia.

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Pagliacciocídeo I

João teve por infortúnio nascer palhaço. Nasceu do ventre verde, mas saiu amarelo, diziam que, de sua representação de riqueza, ele seria o futuro.

Cresceu ouvindo que estaria entre os primeiros, mesmo humilde terceiro sendo.

Arranjou emprego. Seus pais falaram que se trabalhasse arduamente conseguiria subir na vida. Trabalhou como um condenado, fez de tudo para agradar ao chefe, senhor distinto, que utilizava uma cartola vermelha, azul e branca, tinha barba já grisalha, olhar firme, e sotaque meio-anglo, só que não inglês.

Trabalhava, trabalhava e trabalhava, e mesmo assim só se endividava, seus pais torravam fortuna em jogos e cachaça, e por de baixo dos panos pegavam uns trocos que lhe sobravam e nas mais vis futilidades os gastavam.

Apesar da má criação, dos péssimos exemplos, João era um bom filho, ingênuo, sem dúvida. João não fazia nada por mal, nem tinha intenções inescrupulosas, sua malandragem era instinto, se não requebrasse ao ritmo do samba indigesto, de certo não sobrevivia ao dia-a-dia.

Na esfera de sua boa sorte, levava coronhada na cabeça, policial lhe dava uma geral, uns tapas, e "tava tudo normal". Já até se acostumava, era do cotidiano.

Depois descia o moro, sentia-se aliviado por não ter levado nenhum tiro, e cruzava com o seu maior inimigo, o outro palhaço excluído.

Normalmente os palhaços menos favorecidos convivem bem em sua desarmonia, porém alguns palhaços não gostam dos que tentam crescer “pelo sistema”. E quando viu a pasta na mão de nosso amigo João, ah, o rapaz se invocou e partiu para a violência.

Nosso amigo João como lutador é um excelente palhaço, com nariz vermelho e tudo, tanto que levou uma bela surra.

Mas como bom palhaço, João nunca desiste. João sabe que

o bom do circo é o palhaço.
Isso porque foi dito pelo proprietário do estabelecimento, um senhor barbudo, que já havia sido apenas um funcionário, limpava a jaula dos elefantes, mas tropeçou nas “fezes” e teve fratura exposta no mindinho. Não teve jeito, o mindinho foi embora, ficou com nove dedos.

Então o barbudinho rebelou-se, processou o circo, ganhou na justiça. Como circo não tem grandes lucros e está endividado até a alma, como indenização, o barbudinho, ficou com o circo. Claro que o feliz do novo proprietário levou todos os velhos amigos de bar para ajudá-lo a administrar o estabelecimento (leia-se torrar o dinheiro que obtinham superfaturando as pipocas de média qualidade que eram vendidas a velhinhas miopes).

João acha que o proprietário é igual a ele. Apesar de que, hoje, o proprietário traja roupas finas, e João tem que se contentar com uma vestimenta de trapos mal lavados, como fato de seu salário ser miserável, dos remendos mal feitos na lona do circo, dos bichos magros e maltratados, mas que agora recebem as migalhas da janta do barbudinho, e acham que tudo está a melhorar.

João acredita, e muito. Todas as noites sobe no picadeiro e faz a festa. Todos sempre riem, e muito, alguns até engasgavam de tanto rir. Uma senhora, outra noite, chegou até a sufocar. Engraçado é que dele fazem a festa, a alegria, o sexo e tudo mais que podem imaginar, mas cadê que o rapaz recebe algo em troca?

João fazia que não entendia, era tão comum que nem percebia. Os dias passam, os gringos fazem dele toda uma folia, e ele faz que não saca, assim segue a vida, assim o barco se toca, assim não pára a festa, e o nariz vermelho se encaixa a face do boboca.

Ontem foi seu aniversário e neste sempre houve grandes festas. Os amigos vestiam as melhores roupas, pareciam até marchar, faziam pose, mostravam suas armas, e os outros convidados observavam os gracejos e se animavam. Mas não desta vez.

O aniversário, neste ano, passou em branco. Houve a festa, mas não houve a empolgação de sempre. Apesar de toda a graça dos amigos, os convidados não se animaram, estavam cansados, desgastados, desiludidos com João.

Por causa dos amigos do Barbudo, os convidados não viam mais graça no circo. João havia se empolgado tanto com a subida do Barbudo, acreditava que o circo iria ser melhor. Só que, o Barbudo, ao invés de se dignificar os palhaços, só trocou o poste onde fica a amarra que prende do pescoço o laço.

João não tem culpa. Culpa é dos amigos fardados que quando fizeram sua cabeça, fizeram-no fazer tudo errado. Culpa é daqueles libertadores da pátria que tentaram orientá-lo depois, mas só fizeram-no trocar os primeiros erros por novos outros. A culpa é de quem faz João acreditar, tantas vezes, e nunca soube a esperança dele honrar.

Chegou uma hora que a última ficha caiu, e agora não há mais em quem acreditar. João, que ainda acredita, fica como palhaço de picadeiro vazio, fica sozinho, ao som do samba melancólico, a dançar.

João no fundo é um bom palhaço, pois nasceu para ser palhaço, foi criado como palhaço, apesar de achar que chegará a domador, respeita as regras do jogo. Pena que só ele o faça. Coitado do palhaço amarelo sonhador! Sonha, sonha e sonha, e só vive pesadelo!

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Um dia frio.

Hoje o dia não poderia ser feliz, caloroso, alegre, colorido. Eu não costumo me abater rapidamente com as perdas, a ficha demora um pouco para cair, creio que o dia de hoje foi um reflexo disso.

Hoje, em São Paulo, tivemos um frio, mas com um belo céu azul. Apesar do clima não ser favorável ao azul, à tranqüilidade, o vento gélido não afastava a beleza daquele céu límpido e tranqüilo.

Há alguns dias Romário, meu calupcita (é um pássaro), estava doente. Nós olhávamos para ele encolhido na gaiola, e minha avó achava que ele estava encolhido de frio, mas ele já passou por invernos piores sem ter ficado daquele jeito. O bichinho não bebia, não comia, dava dó, nem arrisco estava mais.

Até semana passada, qualquer um que tentava chegar com a mão perto dele levava uma bicada, menos eu, que ele, além de não conseguir bicar, respeitava um pouco.

Só que há alguns dias ele ficava no fundo da gaiola, arrepiava as penas (coisa que os pássaros fazem para se aquecerem, já que o ar é um isolante térmico), e deixava-me passar a mão nele, só levantava a cabeça e bufava irritado.

Eu já sentia que ele não duraria mais tanto tempo, apesar de estar na metade do tempo normal de vida de um calupcita, mas mesmo assim foi triste saber que o passarinho que antes gritava pro prédio inteiro ouvir não estará mais aqui. Que as tardes que a minha vó ligar a máquina de lavar não terá mais o cantor penoso fazendo dueto com a doida da máquina de lavar.

Hoje eu teria mil coisas para dizer, mas Romário merecia uma despedida.

Eu ganhei Romário do meu Tio Gerson após a morte de um canário que eu adorava, o Paulistinha, como eu ainda era pivet, senti muito a falta do canário.

É claro que não dá pra sentir falta de um canário como se sente a falta de um cachorro, mas minha vó apoiava o meu gosto por aves, já que ela detestava a minha vontade de ter cachorros, mas eu era apegado aos pássaros que eu tinha, já que pra uma criança os animais de estimação que tem são amigos.

Bem, Romário chegou à época que o jogador Romário se apresentou no Flamengo. Meu tio, como bom flamenguista, nomeou o coitado com esse nome. Não contestei, afinal, nomeou a criança, o problema é dela e seu.

Romário era um pássaro engraçado. Topete, bico diferente, gritava, fingia que cantava, imitava o assobio do meu avô. Enfim, gostava muito dele.

Sentirei a falta de chegar a minha casa, passar na lavanderia, olhar pra cara dele, assobiar e deixá-lo feliz por uma troca, por uma comunicação sonora.

Descansa em paz Romário, obrigado por ter sido um bom amigo.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Por mais que isso não pareça verdade.

Ás vezes o dia parece não sair do lugar comum. Tudo igual, o ar dá a entender que nada vai mudar. Daí você vê a oportunidade de uma frase, de um toque, do contato. Um diálogo rápido, olhos nos olhos.

Durante o dia você se perde olhando nos olhos, desvia o pensamento num sorriso perdido. Depois, tento fugir, desviar, disfarçar. Mas que o sorriso dela é lindo, ah, isso é.

Aquele jeitinho perdido, distante, aquilo tudo que me encanta. É como se eu já tivesse visto-a a muito tempo atrás, e agora que encontrei, sinto a falta. É agradável olhar de relance e me perder na eternidade de um instante.

Esse jogo pode até ser perigoso, mas é gostoso.

E antes que pergunte, não, eu não estou apaixonado. Mas estou suscetível.

Deixa ser o que será.


sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Coisificação.

Outro dia recebi um recado meio estranho. “Oi. Eu queria deixar um recado descente, mas já que falta tempo, estou enviando essa mensagem coletiva. Eu sei que é chato, mas assim todos recebem uma mensagem”.

Hoje nós, seres humanos, somos mais coisas que qualquer objetivo inanimado. Na hora de entrar num vagão do metrô todo mundo se empurra, atropela o que há pela frente, isso pela vil ânsia de entrar no primeiro trem que passar, afinal, esperar por mais um minuto e meio é muito.

Estranho é quando você vê um senhor de idade ser praticamente arrastado e esquartejado por um grupo de passageiros que querem entrar num vagão de trem. Você vê a fragilidade do senhor, vê o quão grotesca é a cena, mas não se choca mais, afinal, quem é ele? O que ele significa para você? Ele ser trucidado no metrô não vai mudar a sua vida, a menos que parem o trem para a retirada do cadáver.

Um monte de moleques faz malabarismo, implora, chora, canta, dança, faz o diabo a quatro frente ao seu carro no farol, e você fecha a janela, aumenta o som e balança a cabeça ao sabor da canção. Detalhe, você nem ao menos mantém algum contato visual com o ser.

O que você poderia fazer, afinal, se fosse dar atenção e trocados a todas as crianças que fazem arte no farol você, além de ir à falência, não teria vida.

Não temos tempo para nossos amigos, não temos tempo para nossas famílias, não temos tempo para nós mesmos. Quando foi a última vez que você tirou um dia inteiro só pra você? Pra fazer o que você quisesse, pra relaxar? Se o fez, vai ser difícil lembrar, não é?

O mundo lá fora é muito agitado. Mas para ver televisão, todos tempos tempo, afinal, quem aqui vai perder Páginas da Vida?

Estou cansado de ser o produto de média qualidade na prateleira do setor azul. Está na hora de ser tratado como gente, e não como um objeto descartável.

Quero que as pessoas tenham tempo para mim, e quero ter tempo para as pessoas. Mas vai falar com Deus pra ver se ele aceita essa proposta?

Mas ai penso, será que falta ou sou eu que uso mal o meu tempo?

Está mais pra incompetência do ser Rhedyano. Né?

domingo, 27 de agosto de 2006

O estagiário do Google.

Eu tinha que fazer um post sobre esse infeliz. Estagiário sofre, trabalha muito, não recebe quase nada (ou nada mesmo), e ainda faz tudo errado. Mas não tem culpa, afinal, é só um estagiário.

O rapaz pegou o triste cargo de ter que enviar a sorte do dia para todo o usuário do orkut. Saca biscoitinho Chinês? Então, é quase isso, só que piorado.

Na versão oriental você ganha um sábio pensamento chinês que no fundo não faz o menor sentido, mas ganha um biscoitinho saboroso como consolo.

Já na versão do Google não há biscoitinho (sem brinde), e a sorte vem num estilo Paulo Coelho (filosofando de uma forma tosca sobre porra nenhuma que possa alterar o sentido de qualquer coisa). Ou seja, conseguiram deixar o que já era estranho ainda mais bizarro.

  • Veja o exemplo de hoje:

Sorte de hoje:
Pare de procurar eternamente; a felicidade está bem ao seu lado

Ao meu lado havia um banquinho e um espelho. Segundo o amigo googlelino, Felicidade é o narcisismo sentado.

Repare que a sorte do dia do orkut nunca vem: “hoje você vai se ferrar bonito” ou “alguma bosta vai ferrar com o seu dia”. Mas isso deveria vir também, já que sorte não significa só coisa boa.

Sorte pode ser boa ou má, ou seja, é sinônimo de ventura. Só que esqueceram de avisar isso pro estagiário, que comprou os dez mais vendidos de auto-ajuda e fica mandando na sorte do dia de cada infeliz usuário do orkut.

É um grande desrespeito com a classe dos estagiários!

Alguém tem que fazer alguma coisa, ou não. =P

Uma musiquinha para relaxar.

Degustem com parcimônia!

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

O bagaço de algo chamado Rhedy.

Estou acabado. Semana foi puxada, dormi mal, dormi pouco, quando dormi. Preciso de férias, e tenho muito para fazer, tenho muito para ler, e não me vejo em condições de fazer tudo o que gostaria e que tenho a fazer.

Pois é, há certas pessoas de quem eu tinha certa idéia, que continuo pensando a mesma coisa, mas olhando por outros olhos, vendo que a pessoa não é por totalidade aquilo que aparentava ser. Ou seja, é também o que eu pensava, mas é há outras coisas que compõe essas pessoas.

Nessa semana tivemos que fechar o “Acontece Eventos”, no caso sou diagramador, e tive muito, mas muito trabalho. E se não tivesse o auxílio do pessoal, não teria dado conta do trabalho. Tivemos muitos empecilhos técnicos, mas todos superados com a determinação do pessoal. Ainda teremos o resultado bruto, o jornal impresso, mas estou satisfeito com o trabalho da equipe.

O saldo da semana foi muito trabalho, cansaço, e a velha solidão. É... Mais de uma pessoa me disse essa semana que eu preciso de uma namorada. Concordo. Mas não há opção. Então, deixa ser o que não será. Né?

Não tenho muito a dizer. Apenas vou ouvir música e relaxar.

Faça o mesmo:

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

Quando a esmola é demais...

Hoje foi um dia feliz. Nos últimos tempos tenho tido muitos dias felizes. Isso me dá medo, não é normal. Zica sempre foi algo eminente ao Rhedy, sumir, assim, de repente é muito, mas muito bizarro.

Não dormi muito de domingo pra segunda. Tinha que acordar cedo, e não consigo dormir cedo. Definitivamente a palavra cedo não combina comigo. Eu gosto de ficar acordado até tarde, de acordar tarde...

Mas não senti cansaço. Dormi ouvindo música. Mas música da igreja.


(música da Rafaela Pinho, a que eu mais gosto, que me deixa em paz)

Pode chamar de crente e o escambau, mas a verdade é que isso me faz um bem danado. Não acredita? Problema seu, minha paz ninguém pode me roubar, já a sua é efêmera. Há!

Acordei relaxado, apesar das poucas horas de sono, e fui pra facul com as músicas no mp3 player (que eu ressuscitei do nada), e cheguei numa tranqüilidade... Que nem tinha tesão pra discussão, ou nego falando abobrinha no meu ouvido.

Tanto que a Sula já ia começar com aquele papinho de que “desgraça, você também se inscreveu no processo seletivo para a empresa Jr., e agora eu vou ter que passar o dia inteiro com você...” quando eu a cortei =P

Continue conversando com outras pessoas. Estava de saco cheio. Se nego não vai com a minha cara, ou vai fingir que não vai com ela, e não aprecia a minha companhia, não se preocupe, não vou incomodar, vou ficar com os meus amigos, pessoas legais com muito amor no coraçãozinho =D (meio tosco isso, mas é verdade!)

Depois, de toda aquela bagaça estranha do processo seletivo, fui pro DACAM junto com a Bianca. Lá a gente conheceu a Michelle, e outras pessoas que cursam publicidade, e uma amiga dela que faz psico. Gurias muito engraçadas e gente boa. Foi muito bom =D

A aula foi tranqüila. Novamente a professora de Comunicação e Expressão Verbal (leia-se gramática e texto) entrou nas minhas brincadeiras e foi gente boa comigo. A Ju levou um violão, e eu fiz a festa (quando eu lembrava das músicas, não esquecamo-nos do meu distúrbio de memória...) e fiquei com medo de que houvesse um revolta popular na sala pedindo a minha cabeça quando eu queria tocar Los Hermanos, que acabou sendo substituído por Capital Inicial quando eu esqueci as notas do refrão de “Casa pré-fabricada”.

No fim das contas, foi um bom dia. Acho que dei umas mancadas, mas foram mancadas que até deram uma aliviada no meu estado de espírito. Nego me dá patada, eu devolvo na voadora! Há!

Que mainha vos abençoe!

sábado, 19 de agosto de 2006

Bobagens e alegrias.

Os últimos dias foram cheios. Parece que vou ter muito trabalho, o que me deixa, de certa forma, feliz. Eu precisava me ocupar, eu precisava fazer algo, para ter alguma perspectiva d´um futuro.

As coisas não andam fáceis para ninguém. Mas não poder contribuir com o todo, nem que seja de forma insignificante, é meio constrangedor. Essa barba na cara incomoda.

Segunda-feira haverá o teste para a Agência Junior do Mackenzie. Você pode até se perguntar, e daí? Bem, e daí que é de comunicação, e eu estou inscrito.

Passar nessa avaliação seria muito bom. Com a possibilidade de mais trabalho (não remunerado), eu teria a chance de chorar por mais bolsa, mas não agora, é claro. Se eu conseguisse abater a mensalidade dos gastos, e pagar tudo com o dinheiro que mamãe envia-me todo mês, as coisas ficariam mais confortáveis, não é?

Mesmo que você não saiba a resposta, balance a cabeça afirmativamente, isso fará bem ao meu estado de espírito, e estará em ônus com a minha felicidade.

Sim, eu estou feliz. Feliz por estar melhor de saúde, ver que logo voltarei a jogar futebol como sempre joguei, e que as coisas na faculdade estão engrenando.

Bem, eu sou agora o único diagramador que colocou “a cara para bater” no jornal Acontece. Segundo o professor Edson, o responsável pelo andamento de toda a bagaça. Ou seja, o resultado da diagramação do jornal é única e exclusiva responsabilidade minha, o que me torna “o” diagramador do jornal, saca?

Bem, até ai você pode pensar “e daí? Que toto verde é esse?”. Amigo, digo-lhe que esse toto verde é muito bom, legal, e que vai poder me dar um bom currículo.

Bem, quanto ao mulheril, nada de novo. Solteiro, sozinho, sem ninguém em mente. Bem, creio que as mulheres pensam o mesmo de mim. ¬¬

Deixa estar.

Vocês precisam ouvir mais Los Hermanos e relaxar. Nem comentaram no post do Joseph Klimber, um exemplo de perseverança! Não sabem o que perderam... =P

Passar bem! Pois se passar mal, segundo minha querida avó, a roupa fica amassada!

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Sina.



É...
Isso mermo,
Sou eu!

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

Onde dorme a esperança?

Somos vítimas das mais diversas mazelas que o homem poderia ter inventado. Fome, violência, desigualdade social, discriminação racial, discriminação religiosa, discriminação sexual, corrupção, descaso, falta de respeito. Ao centro de toda essa balburdia chamada Brasil, onde dorme nossa esperança?

Um povo oprimido por criminosos confia em seus defensores, os policiais. Só que a polícia é mal estruturada, mal treinada, mal selecionada, mal paga, sujeita a cair em tentação, e entrar em vias da corrupção. Num sistema de segurança corrompido, como esperar, do despreparado policial, uma solução?

Num país onde as autoridades eleitas pelo voto direto se valem da ilusão, do conformismo para esconder o quão responsáveis são pela dor que abete o ventre. Milhões de desempregados, e a economia vai bem? Crise agrária, verbas públicas destinas a movimentos sociais de conduta questionável, verbas gasta na compra de CAL. Esta cal que será atirada em terras produtivas, para torná-las inutilizáveis por um bom tempo, forçando assim a desapropriação do terreno.

Nesse país, nego só olha pro umbigo. Quer cotas para negros? Mas será que os negros que serão beneficiados serão os negros pobres? Creio que a maioria será de classe média. As cotas deveriam ser de questão social, para quem não tem condições socioeconômicas de cursar um curso superior o possa. Ai, combater-se-ia a desigualdade social.

Um negro não é pior nem melhor que ninguém. Estabelecer cotas para que ele passe num vestibular é no mínimo buliçoso. Um negro é tão capaz como qualquer outro ser humano, só precisa ter a sua disposição as condições de estudo básico como os outros têm. Chega de medida eleitoreira, vamos exigir soluções que realmente mexam com a realidade desse país.

O Barbudinho-mor diz que o Brasil tem 13 mil quilômetros de fronteira, e que seria impossível cobri-la por completo. Com concordo com a afirmação, mas ele foi leviano.

Não é necessário cobrir os 13 mil quilômetros de fronteira. Que tal impedir o tráfico de armas que abastece organizações criminosas, como o PCC, que é abastecido pelo Paraguai? É só não tratar a fronteira de Foz do Iguaçu com o Paraguai de forma como é tratada, como terra de ninguém.

Que tal um real controle e rígido processo de avaliação sobre estrangeiros que entram no país? Não sei se vocês sabem, mas os líderes do PCC receberam conselhos de um seqüestrador chileno, o que havia seqüestrado Washington Olivetto.

O chileno ensinou aos nossos compatriotas tupiniquins, do crime organizado, as táticas de guerrilha urbana. Em miúdos: TERRORISMO. E sabe o que é mais legal, essa semana vai chegar um relatório, de uma auditoria independente, às mãos do George W. Bush que diz que somos o sexto pólo em crise terrorista no mundo.

PQP! De tantos grupos terroristas com um motivo descente no mundo que estão ai causando a dessa, o nosso grupo tupiniquim, que exige cerejas nos bolos carcerários e um sistema penitenciário mais justo, (afinal, banho de sol não basta, os caras precisam de uma piscina...) conseguiu estar entre os mais perigosos, estando à frente do Hezbollah.

O engraçado que os bandidos estão proibidos por seus chefes de atacarem políticos ligados ao PT e a outros partidos aliados. O único partido de esquerda que pode ter políticos atacados é o PSOL. O PSDB é o maior alvo do PCC. Semana passada um vereador PSDBISTA que havia organizado blitz em bairros violentos de sua cidade foi assassinado com vários tiros a queima-roupa. Engraçado, né?

Por que os ataques só são realizados a órgãos estaduais, nenhum policial federal foi morto na primeira onda de ataques, e o foco de ataques se limita ao estado de São Paulo quando o PCC tem ligação com facções criminosas em outros estados?

Onde dorme nossa esperança? Em que acreditamos num quadro nesse? Como acreditar!? Em que acreditar? Em quem acreditar? Por que acreditar? Quem sabe um dia eu tenha uma resposta convincente para vocês. Hoje eu não tenho. Amanhã, quem sabe?

Por pior que seja, esse é o meu país, e se está errado, o que se pode fazer é concertar. E mesmo que eu não consiga, irei ao menos tentar. E você? Onde dorme sua esperança? Vai e a acorda, pois dormindo não se muda nada. Não conformar-se!

sábado, 12 de agosto de 2006

Treta a vista!


Sábado foi o dia de reencontrar a paz. E só Deus mesmo, porque o resto só me afasta daquilo que realmente importa.

No dias dos pais que mais me causa pesadelos, 10 mil criminosos estão soltos às ruas. Nosso barbudinho-mor, o Inácio da Silva, disse que disponibilizava outros 10 mil, só que militares. Não creio que isso vá resolver alguma coisa, a maior burrada já foi feita, que é querer agir como primeiro mundo, quando sofremos com guerrilhas urbanas.

Sou da seguinte opinião: Primeiro pensamos nos direitos das pessoas de bem, e daqueles que compõe a sociedade de forma honesta, assim, nós a população que está à mercê do fogo cruzado, e que sustentamos toda essa palhaçada, com nossos impostos, e com o consumo de drogas.

Sustentamos todos os criminosos desse país. Os do executivo, legislativo, judiciário, e claro, das quebradas, presídios, favelas, bairros de classe média, classe alta, becos, grandes avenidas, criminosos comuns, da internet, do criminoso que usa canivete, o que se vale de armas de fogo, o criminoso que age nas altas rodas... Todos.

Nas nossas ações “não aconselháveis”, aquela pequena malandragem, um suborninho, o se abster da política, a alienação social, a falta de responsabilidade ambiental, o consumo de drogas (lícitas ou ilícitas), sustentamos toda a estrutura da corrupção humana. Um erro intensifica o outro.

Nosso país é todo errado, começou errado, continuou errado durante o período colonial, depois sobre o império, e até o presente momento de nossa república. Então, nosso amigo brasileiro pensa: “Se tudo está errado, um errinho a mais aqui, outro ali não irão fazer diferença”.

Depois nego ainda reclama do mensalão. Está na hora de alguém começar a fazer o certo. Só pra dar o exemplo, sem querer nada em troca. Talvez melhore. Quem sabe? É só tentar...

É como o fumante que fuma um cigarro por dia e fala do que fuma um maço. Fuma do mesmo jeito, ingere toxinas, não a mesma quantidade, mas faz a mesma merda. Qualquer um dos dois pode desenvolver um câncer, independente da quantidade. Não existe meio errado, um pouco errado, muito errado, ligeiramente errado... Ou você está errado, ou você está certo, não é uma questão de quantidade, mas sim ou não, não há opções adjacentes. Saca?

Com uma gota de óleo você é capaz de inutilizar todo um litro d´água. Você pode virar uma colher, mas apenas uma única gota vai inutilizar a água. Mas a não há diferença da água com apenas uma gota para a que tem uma colher de óleo, uma é tão impura quanto a outra.

Ou a gente faz o certo, ou esquece de uma vez. O induto ou tiro no pé, escolha você o que a versão mais adequada, vai tornar nosso final de semana mais tenso. É amigo, será que vamos ter uma continuação de “São Paulo Sitiada”?

Quer saber? Só Deus mesmo, isso daqui não tem jeito, o bandido tem mais direito que eu. Ele tem direito a refeição, ele tem direito a ver a mãe no dia das mães, o pai no dia dos pais, ele tem moradia, ele tem banho, banho de sol, e tudo isso sem fazer nada. Quer saber? Eu vou cometer um crime e vou ser preso. Quem sabe assim eu tenha algum direito nesse país!?

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

Eu fiz alguma coisa para vocês?

Não sei por que diabos, mas todo mundo anda monossilábico comigo. Não sei se é carência minha, ou se é realidade, ás vezes tenho uns distúrbios emocionais meio loucos, mas isso já vem acontecendo há algum tempo.

Sei lá, acho que algumas pessoas que antes gostavam de mim, hoje não gostam mais, ou talvez tenham encontrado amizades mais interessantes e mais engraçadas que a minha.

Eu nunca fui o amigo mais querido dos grupos que participei, nunca fui integrante das panelas, sempre quis fazer de um pouco tudo, e acabei de ter de um tudo nada. Está estranho? Calma.

Eu sempre quis fazer muitas coisas, assim, nunca tive um contato muito intenso com as pessoas. Mas, e daí? E daí, cara pálida, que assim eu não me “fortalecia” dentro de grupos. Quando você não está fortalecido dentro de um grupo de amigos, na primeira bosta que acontece, e alguém tem que se foder, ou ficar de fora, é você que roda. A corda rompe no lado mais fraco.

Até ai eu agüentava. Eu sempre tive uma pessoa que era uma grande amiga, e me dava um puta suporte. Só que a vida dá voltas, e as pessoas vão embora. Indo embora, fica a lacuna, e quando você dá por si, pessoas não são substituíveis.

Pessoas não são substituíveis, mas quando uma pessoa importante deixa de fazer parte da sua vida, outra pessoa pode passar a ter uma função equivalente, e outra importância, não é uma substituição, é uma adaptação. Imagine, guria, a sua melhor amiga confidente. Imagine que ela acabou de se mudar para o Zimbábue. Bem, ninguém poderá substituí-la na sua vida, mas com o passar do tempo você pode acabar com outra amiga confidente.

É mais ou menos isso. Aquela pessoa que tinha uma puta amizade, vai embora, e não tenho mais putas amizades. Fica aquele silêncio.

Na desgraça do MSN eu tenho mais de 250 contatos, não que isso signifique alguma coisa. Desses 250 infelizes, uns 40 estão on-line neste momento. Nenhum fala comigo. Bizarro? Hiper-bizarro.

Eu tenho a mania de esperar muito das pessoas. Por isso me decepciono demais. Ultimamente só levo patada, não que isso interesse, mas isso tem contribuído para um desgaste meu.

Vários problemas em casa, eu penso em sair da faculdade, pois pagar a mensalidade não basta, tem livro, tem apostila, depois trabalho, isso sem falar transporte, alimentação e todo o resto. Porra, falta dinheiro para pagar o plano de saúde dos meus avôs e eu vou comprar livro? Eu me sinto o maior filho da puta desse planeta.

Eu estava muito animado com esse semestre. Animado a estudar, a trabalhar, me empenhar mais do que já havia. Agora, o mundo pensa que eu faço porra nenhuma da vida, já que tudo o que eu faço não gera lucro. Bem, escrever para as pessoas é trabalho de vagabundo, por isso, por todo canto ouço um vai arranjar o que fazer, o que é uma puta ofensa.

Pra melhorar o meu estigma de desanimo, cresce por ai um sentimento anti-rhediano. Amigos que antes conversavam comigo, hoje não conversam mais, pessoas a quem eu tenho grande estima, hoje nem olham na minha cara, outras a quem eu aprendi a gostar, me desprezam, outras me apunhalam pelas costas, e nesse turbilhão que envolve minha cabeça, não há uma mão para eu me apoiar.

Quer saber? Quem mandou nascer, bastardo.

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Sei lá.

Hoje eu não tinha muito do que falar. Essa frase seria a morte para começar um texto, segundo qualquer professor meu de faculdade. Mas, e daí? Foda-se, isso daqui não vai para nenhum jornal, vai num telegrama a ninguém.

Os dias têm sido mais do mesmo. Faculdade, casa, computador, tevê. Eu queria ter porra nenhuma pra fazer. Daí eu reclamaria que não tenho o que fazer. Já que eu tenho ocupação eu reclamo que não sobra tempo para tocar violão. Ser humano é foda.

Num texto onde três termos chulos já apareceram, metade da minha estirpe certinha caí por terra. A outra metade não existe. Eu estou naqueles momentos melancólicos do dia. Eu passei o dia alegre, bobo. Eu me odeio alegre.

Mas quando triste é indefinível. Há uma tristeza que eu gosto. Uma tristeza bonita, poética. Mas há outra que é devastadora, que me angustia, aperta o peito, e me deixa muito mal. E o pior, não tem motivo.

Eu poderia ficar feliz com um sorriso alheio, com um abraço. O que me destrói que hoje o mundo é virtual, as pessoas estão distantes, do outro lado da tela do computador, e eu estou desesperado por realidade, por mais que as palavras possam acarretar sinceridade, são desprendidas da realidade. Palavras não têm vida, são frias, são apenas símbolos, são desenhos que representam à realidade num pedaço de papel.

Estou cansado daquilo que é simbólico, eu preciso de tato, eu preciso do real, a minha busca é resultado da aldeia global. Tudo hoje é mais próximo, tenho o contato instantâneo. Mas esse contato só aguça o desejo, e torna o fato de não haver o contato sensorial ainda mais angustiante. Saudade alimentada destrói e consome aquilo que havia de suporte do não saber. A saudade é como uma fogueira. Quanto mais lenha você coloca, maior, e mais forte ela fica, mais ela dura, e mais ela queima.

Amanhã haverá o trote. Receberei calorosamente os bixos e principalmente as bixetes. Amanhã eu vingo cada fio de cabelo meu que caiu no fatídico 08/02/2006.

Mas sinceramente, dane-se o trote.

Eu quero minhas velhas amizades. Antes eu tinha o colo pra deitar, eu tinha o abraço, eu tinha o aconchego, hoje sou amigo part-time, e sinto-me rejeitado.

Não posso ser leviano e dizer que a imensa maioria das pessoas é assim, mesmo porque eu fico puto com a atitude de uma pessoa e espelho o meu desespero em todas, mas eu espero das pessoas o preenchimento de certas lacunas que elas não têm a obrigação de preencher na minha vida.

O que mais me destrói é que nunca há alguém para me abraçar quando eu caio. Eu sempre estou sozinho no momento que eu preciso de alguém. Mas a culpa é minha. Eu não deveria depender das pessoas, elas que deveriam depender de mim, já tenho barba na cara, já sou legalmente emancipado, e vejo, sentado, todo mundo ralar.

Eu só queria gritar “Eu ainda estou aqui”, e que isso importasse para alguém. Mas está na hora d´eu deixar de meias sentimentalidades, e encarar o mundo de frente. Está na hora de deixar a coisas de menino, e assumir as de homem. O mundo não gira em torno do meu umbigo.