quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A dois passos do fim do Estado laico

Hoje nos deparamos com um dos acordos mais perversos, ideologicamente falando. Acertado pelo Vaticano e o Poder executivo do Brasil, a instituição de ensino religioso nas escolas públicas é um ataque a liberdade individual.

O acordo prevê que a disciplina fará parte do currículo base de formação.

É completamente compreensível que instituições confeccionais tenham em sua grade aulas de ensino religioso, por sua ligação direta e por terem como objetivo atender aos membros de uma instituição religiosa em especial. Aqueles que matriculam seus filhos em uma escola deste segmento sabem exatamente o conteúdo que será passado.

Neste molde, ou as aulas de ensino religioso não passaram de desperdício de horas aulas ou não passará de mera doutrinação religiosa da Igreja Católica Apostólica Romana.

O Brasil não possui religião oficial. O Estado brasileiro se define como laico. Ou seja, um Estado que permite e garante o livre pensamento e a liberdade religiosa. Adotar o ensino religioso seria privilegiar uma religião em especial, depreciando as demais religiões – sejam cristãs ou não –, e até mesmo os não religiosos, os ateus e agnósticos.

Se isto fosse uma disciplina extra-curricular, fora da grade de aulas, uma opção para o aluno que não o expusesse, seria uma iniciativa até válida. Mas da forma como está sendo feito, não passará de um golpe numa das maiores conquistas históricas deste país como nação.

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