quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Sei lá.

Hoje eu não tinha muito do que falar. Essa frase seria a morte para começar um texto, segundo qualquer professor meu de faculdade. Mas, e daí? Foda-se, isso daqui não vai para nenhum jornal, vai num telegrama a ninguém.

Os dias têm sido mais do mesmo. Faculdade, casa, computador, tevê. Eu queria ter porra nenhuma pra fazer. Daí eu reclamaria que não tenho o que fazer. Já que eu tenho ocupação eu reclamo que não sobra tempo para tocar violão. Ser humano é foda.

Num texto onde três termos chulos já apareceram, metade da minha estirpe certinha caí por terra. A outra metade não existe. Eu estou naqueles momentos melancólicos do dia. Eu passei o dia alegre, bobo. Eu me odeio alegre.

Mas quando triste é indefinível. Há uma tristeza que eu gosto. Uma tristeza bonita, poética. Mas há outra que é devastadora, que me angustia, aperta o peito, e me deixa muito mal. E o pior, não tem motivo.

Eu poderia ficar feliz com um sorriso alheio, com um abraço. O que me destrói que hoje o mundo é virtual, as pessoas estão distantes, do outro lado da tela do computador, e eu estou desesperado por realidade, por mais que as palavras possam acarretar sinceridade, são desprendidas da realidade. Palavras não têm vida, são frias, são apenas símbolos, são desenhos que representam à realidade num pedaço de papel.

Estou cansado daquilo que é simbólico, eu preciso de tato, eu preciso do real, a minha busca é resultado da aldeia global. Tudo hoje é mais próximo, tenho o contato instantâneo. Mas esse contato só aguça o desejo, e torna o fato de não haver o contato sensorial ainda mais angustiante. Saudade alimentada destrói e consome aquilo que havia de suporte do não saber. A saudade é como uma fogueira. Quanto mais lenha você coloca, maior, e mais forte ela fica, mais ela dura, e mais ela queima.

Amanhã haverá o trote. Receberei calorosamente os bixos e principalmente as bixetes. Amanhã eu vingo cada fio de cabelo meu que caiu no fatídico 08/02/2006.

Mas sinceramente, dane-se o trote.

Eu quero minhas velhas amizades. Antes eu tinha o colo pra deitar, eu tinha o abraço, eu tinha o aconchego, hoje sou amigo part-time, e sinto-me rejeitado.

Não posso ser leviano e dizer que a imensa maioria das pessoas é assim, mesmo porque eu fico puto com a atitude de uma pessoa e espelho o meu desespero em todas, mas eu espero das pessoas o preenchimento de certas lacunas que elas não têm a obrigação de preencher na minha vida.

O que mais me destrói é que nunca há alguém para me abraçar quando eu caio. Eu sempre estou sozinho no momento que eu preciso de alguém. Mas a culpa é minha. Eu não deveria depender das pessoas, elas que deveriam depender de mim, já tenho barba na cara, já sou legalmente emancipado, e vejo, sentado, todo mundo ralar.

Eu só queria gritar “Eu ainda estou aqui”, e que isso importasse para alguém. Mas está na hora d´eu deixar de meias sentimentalidades, e encarar o mundo de frente. Está na hora de deixar a coisas de menino, e assumir as de homem. O mundo não gira em torno do meu umbigo.

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